quarta-feira, 15 de maio de 2013

Reforma Psiquiátrica e Hospital São Pedro (artigo sugerido pela Bárbara Neu​barth AATERGS/UBAAT 023/0603)

Nossa colega do São Pedro, psicóloga Maria Ângela Bulhões, escreveu este texto que quero compartilhar.
Abraço,  






07/05/13 | 05:40

Reforma Psiquiátrica e Hospital São Pedro

O Movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil, que tem como  objetivo  fundamental a defesa dos direitos do portador de  sofrimento psíquico, tem produzido importantes mudanças nas formas de pensar a saúde mental em nosso país.A lei da reforma criou regras para regular as internações compulsórias, assim como regulamentou a criação dos dispositivos de tratamento : os CAPS (centro de atenção psicossocial) e os Residenciais Terapêuticos (moradias para os pacientes sem condições de manterem-se com suas famílias). Segundo a lei, as formas de tratamento devem ser oferecidas ao paciente dentro do seu território (perto de sua moradia),para que ele permaneça em seu meio e, assim, possa manter os laços em sua comunidade,de modo que seu adoecimento psíquico não produza formas de exclusão.
Atualmente, várias ações são propostas, para que a realidade de abandono e exclusão vigentes nos hospitais psiquiátricos públicos do país não venha a se repetir. A forma de tratamento ,através da institucionalização de pacientes  em grandes hospitais psiquiátricos, mostrou-se ineficaz e produtora de cronificação.
Antigamente os manicômios serviam como lugares de acolhimento  das pessoas portadoras de sofrimento psíquico que, na condição de doentes,acabavam abandonadas por seus familiares e excluídas do convívio social da cidade . Os familiares alegavam não terem condições de cuidar de seu doente e precisavam que o Estado assumisse sua tutela. Atualmente, através de benefícios ao portador de sofrimento psíquico sem condições para o trabalho, o Estado possibilita que a família tenha melhores condições financeiras para manter seu familiar doente sob seus cuidados.
Hoje sabemos que a manutenção da interação social ajuda no processo de tratamento e não há dúvida de que o movimento da reforma psiquiátrica participou ativamente das transformações realizadas nas formas de tratar e pensar as terapêuticas no campo da saúde mental. Muitos foram os avanços, mas  muitos outros ainda precisam ser conquistados.Na prática, a reforma psiquiátrica ainda está  longe de ter alcançado as metas a que se propôs.Aqueles que se encontram nas frentes de atendimento a portadores de sofrimento psíquico,principalmente no setor público, mantém-se indignados com a falta de recursos e estrutura disponíveis para o tratamento da saúde mental de nossa população.Medicações já superadas,postos de saúde sem médicos suficientes,falta de profissionais qualificados,falta de interação entre os serviços  da rede de saúde,falta de espaços extra hospitalares para que atividades integradoras possam ser desenvolvidas, são  algumas das dificuldades enfrentadas pelos profissionais da área.
Dentre as instituições voltadas para a saúde mental, o Hospital Psiquiátrico São Pedro recebe críticas, por vezes preconceituosas, daqueles que ainda o imaginam como em décadas passadas, mergulhado na lógica  manicomial de tratamento.
Atualmente,ao contrário deste modelo, o Hospital São Pedro investe em  equipes multidisciplinares(psiquiatras,neurologistas,psicólogos,enfermeiros,técnicos de enfermagem,assistentes sociais,terapeutas ocupacionais,educadores físicos,nutricionistas, e profissionais das artes)voltadas para o atendimento das pessoas internadas em suas unidades de tratamento.Equipes com essa diversidade de profissionais com certeza não serão encontradas em geral nos serviços privados de nossa cidade.O custo financeiro desse tipo de equipe somente o Estado tem condições de custear.Essas  equipes representam o investimento  no tratamento integral da saúde do paciente.Trata-se de um trabalho com um olhar  cuidadoso  para os diversos aspectos que envolvem uma vida saudável e de qualidade.   
No Hospital Psiquiátrico São Pedro, existem unidades de tratamento  para os casos  agudos, e atendimentos em regime ambulatorial.Existe uma oficina de criatividade(que oferece diversas oficinas de artes) aberta à comunidade e uma cooperativa de lixo reciclado,onde trabalham usuários dos serviços da saúde mental, também aberta a comunidade.
O Hospital que sempre foi referência para o tratamento da ¨loucura¨ em nosso Estado, faz parte da ainda frágil rede de saúde mental construída até aqui.Se perguntarmos à população usuária dos serviços de saúde mental se existe algum serviço que deva ser fechado,todos dirão que muitos mais ainda deveriam ser abertos.A demanda por  tratamento é ¨sempre¨ muito maior do que aquela que podemos oferecer e esta realidade faz com que nós,funcionários,levemos diariamente para casa uma sensação de frustração.Produzimos nas grandes cidades adoecimentos que não somos capazes de tratar.Essa é uma situação que merece uma ampla discussão.
Nossa população socialmente mais carente exige uma rede de cuidado que muitas vezes não podemos proporcionar. Quando a rede familiar não existe, onde vamos buscar apoio?As instituições do Estado não possuem as condições de amparo que tais situações necessitariam. Nos sentimos  impotentes frente a problemas tão graves vividos por pessoas desamparadas socialmente e ainda, ou por isso mesmo, adoecidas psiquicamente.
Nossa discussão clínica, feita em equipe, parte da situação do paciente que estamos tratando e chega, necessariamente,na sociedade em que vivemos.O contexto de vida das pessoas que escuto no Hospital me perturba,me revolta ,me dó, mas ao mesmo tempo me ensina,sobre a capacidade humana de refazer laços e mudar caminhos,quando são oferecidas as condições para tal.
À complexidade que encontro no trabalho realizado no Hospital Psiquiátrico São Pedro devo meu  aprendizado diário no campo da saúde mental.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Joias de Elisa Tesseler (AATERGS 002/0603)

Ola, amigas(o)
É com muita alegria que convido voces a conhecerem minha nova coleção de joias tecidas com arte, durante este Bazar, promovido por uma organização de mulhes da comunidade judaica mundial.
Ainda ,durante todo o dia ,estarão acontecendo danças, músicas, típicas além de espaços da deliciosa culinaria judaica
Espero vocês !
beijos
Elisa Tesseler 51 85 00 26 09


terça-feira, 22 de junho de 2010

ARTE COMO TERAPIA - Moviment ´ARTE



Artigo no Jornal Bem Estar da Região das Hortênsias, mês de junho de 2010, sobre Arteterapia , na entrevista com Kira Burro. (AATERGS 012/0603)

domingo, 2 de maio de 2010

Entrevista na TV Comunitária POA-TV

Programa : INTERFERÊNCIA
Assunto: ARTE E SAÚDE
Canal 6 da NET
Dia 1 de maio, das 0:30h até 3h ( madrugada de sábado)

Convidados:
Margret Spohr- Arteterapeuta
Angelica Shigihara- Arteterapeuta
Kira Burro- Arteterapêuta e artista multimidia
Everton Pires - Musicoterapêuta e músico
Banda Frostdespair ( banda de psicologos)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

ARTETERAPIA- ARTE DA CURA - Revista Zaffari

Excelente matéria "Arte da cura", sobre Arteterapia e sobre o ser arteterapeuta, na revista Estilo Zaffari, Ano 9 n.51 p.68.
Lançamento: 11 de maio de 2009, no Hashi Art Cuisine. Porto Alegre, das 20 h às 22 h.

Nesta matéria a sensibilidade da Jornalista Paula Taitelbaum, que foi "descubrir quem faz, como funciona, para que serve. E tornou-se uma fã". (Nota Editorial)
"É a arte do encontro, do reencontro, da superação. a arte da transformação. Arte da troca dee experiencias e da troca do afeto. A arte de quem anda afoito. A arte do olhar, do ouvir, do refletir. Arte do reflexo. a arte do querer, do entender, do ser. A arte de crescer. a arte da descoberta, da beleza interior, das linhas da vida. a arte da revelação e da reacaliação. A arte da análise, da catarse, da compreensão. a arte do sentimento. A arte do diálogo, do dia após dia, da terapia. Arteterapia." (TAITELBAUM, 2009. p.68).

Depoimentos meus, Sylvia, Kira e Margret, iluminada com minhas fotos de imagens de trabalhos arteterapeuticos....
(a revista está linda!)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

CONEXÕES DA ARTETERAPIA

Artigo sobre arteterapia na Revista Capilé.
São Leopoldo, RS. Julho 2009
Autora: Renata Domingues AATERGS 075/0908


domingo, 12 de outubro de 2008

Arteterapia: experimente uma dose de arte como remédio

Numa definição simples, arteterapia é o uso terapêutico da atividade artística. No Espaço Humanus, em Gramado, a arteterapeuta Kira Burro oferece a oportunidade de vivenciar essa experiência que pode ajudar a superar traumas, problemas e até doenças por meio da arte.
Sua primeira sessão no Atelier Terapêutico é “sem compromisso”, literalmente para que você possa “experimentar”. No dia 14 de fevereiro, quinta-feira, das 18h30min às 20h30min, Kira Burro vai realizar uma sessão no Espaço Humanus, que fica na Rua Carlos Lengler Filho, 123 - bairro Planalto.


Criatividade para aliviar as dores
Pessoas que convivem com doenças, traumas e outras dificuldades na vida, bem como aquelas que buscam desenvolvimento pessoal, são pacientes em potencial para arteterapeutas. “Por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes, os participantes do ateliê terapêutico podem ampliar o conhecimento de si e dos outros, aumentar a auto-estima, lidar melhor com o estresse e experiências traumáticas, além de desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico”, define Kira.

Arte + terapia
Arteterapeutas são profissionais com treinamento tanto em arte como em terapia. Conhecem o desenvolvimento humano, teorias psicológicas, prática clinica, artística e o potencial curativo da arte. Segundo a presidente da Associação de Arteterapia do Rio Grande do Sul - AATERGS, Angélica Shigihara de Lima, o arterapeuta auxilia o indivíduo a colocar-se em contato com conteúdos internos, muitas vezes ocultos, negados ou fantasiados. “É mais do que fazer arte como terapia. O indivíduo descobre ou redescobre a si mesmo, experienciando toda a sua potencialidade", descreve Angélica.

Tratamento para todos
A arteterapia pode ser feita individualmente, com casais, famílias, grupos ou comunidades, independente de idade, sexo ou escolaridade, utilizando-se de diferentes linguagens. A palavra pode ser aplicada por meio de contos de fadas, criação de poemas, monólogos, dramatizações, teatro, fantoches e diálogos. O som através de diálogos musicais, sons guturais, instrumentos musicais, escuta e gravação de sons da natureza, das vozes, de aparelhos e outros ruídos. O movimento é usado com dança, expressão corporal, teatro. Na expressão plástica, utiliza-se da cor, formas bi e tri-dimensional, textura e ritmo com os mais diversos materiais plásticos (tintas, argila, papel machê, desenho com lápis de cera, colagem, entre outros), sucatas ou materiais da natureza (areias, sementes, galhos, pedras, penas, etc).

Plenitude de vida
“Um bom encontro arteterapêutico propicia o auto-conhecimento, estimula a criatividade, potencializa a auto-estima ou a resolução de conflitos pessoais, familiares e grupais para quem atravessa processos de luto ou separação”, exemplifica Angélica. A arteterapia potencializa a reabilitação do paciente agregada ao trabalho de profissionais de outras áreas, que incluem saúde física e mental, centros de recuperação, escolas, instituições sociais, empresas, hospitais, entre outros. “Trabalhando as emoções, a arteterapia promove uma vida mais plena. Em trabalhos multidisciplinares, pode oferecer subsídios para diagnósiticos mais precisos. Em reabiliação, ajuda a superar a dor”, conclui.

Arteterapeutas
A Associação de Arteterapia do RS, fundada em 2002, conta com cerca de 70 profissionais filiados. A associação surgiu por iniciativa de um grupo de profissionais no 1° Fórum Nacional de Arteterapia, realizado em Ouro Preto/MG. A presidente da entidade resslata que o trabalho está focado na divulgação da profissão e dos seus associados. Kira Burro é uma das sócias fundadoras da AATERGS. Arte-educadora, especializada em Arteterapia pela Universidade São Judas Tadeu – USJT, de São Paulo, em 2000, e pelo Instituto da Família de Porto Alegre – Infapa, em 2005, Kira já coordenou arteterapia para os pacientes de câncer avançado no Instituto Day Care Center, em São Paulo, e trabalhou no Hospital Central do Carandiru com os presidiários portadores de Aids. Em Gramado, coordenou o Spa Artístico Château das Artes e hoje em dia atua na Apae de Gramado, além do Espaço Humanus.

http://gramadosite.com.br/cultura/artes/id:14993